as marcas do prazer gravadas em uma playlist
Museu da Cultura Hip Hop RS
A gota de suor desce pelas costas, por dentro das camisas bem ajustadas, enquanto todo o corpo se move em um passo rebuscado de dança. As vozes ecoam em uníssono, entoando as canções de um baile na periferia de uma grande cidade. Das caixas de som, os graves batem no peito e reverberam por todo o corpo.
Entre estratégias documentais de poses e danças em bailes black e o delírio psicodélico das pinturas em caixas de som, este Estalo entende a música e a visualidade como partilhas do sensível capazes de fomentar identidades que resistem aos processos de apagamentos históricos. A fotografia aqui aparece como estratégia arquivística, na medida em que projeta para o futuro manifestações que, de alguma maneira, são efêmeras e fugazes ao mesmo tempo em que atestam a cultura de uma época e espaço. A música e o som se tornam pretexto para a vivência de uma coletividade, corporificada por pertencimentos e pelo prazer.