top of page

Laboratório Coletivo

A Bienal 12 tem, através do seu Programa Educativo, buscado encontrar as estratégias adequadas para estar junto com seus públicos nas formas sensíveis dos dias que chegamos. Se isso nos envolve, de que forma construir um material pedagógico destinado a professores? O que esse material precisa agora? Que elementos não se pode abrir mão? Como trazer as diferentes dimensões de pensamento de uma mostra em tempos de isolamento social? Essas perguntas foram o motor da ação do Laboratório Coletivo Bienal 12: material educativo em tempos de isolamento. Mais uma vez, a mostra visa à criação de espaços de escuta, diálogo e compartilhamento com professores, agentes da educação e artistas.

Ao longo do mês de junho de 2020, realizamos cinco encontros, utilizando salas virtuais, com a Câmara de Professores da Bienal 12, representantes dos educativos das instituições que receberiam a mostra (Margs, Fundação Iberê Camargo e Centro Histórico Cultural Santa Casa – CHC) e educadorxs convidadxs. Cada um desses momentos contou com a presença de artistas da edição deste ano da Bienal, como forma de aproximar diferentes realidades e assuntos abordados, a partir de eixos temáticos que atravessam as produções artísticas dessas mulheres e o nosso cotidiano.

A fim de gerar debates e proposições mais focados, tivemos que optar por uma dinâmica de grupo mais reduzido e, por isso, não houve a possibilidade de abrir para o grande público. Ainda assim, os registros das falas das artistas foram gravados para compartilharmos de modo virtual.

Igor Simões, curador adjunto da Bienal 12

A seguir, compilamos esses momentos e as importantes reflexões norteadoras para a produção do material educativo:

Mulheres
na Arte

A artista brasileira Renata Felinto apresenta Narrativas Humanizadoras nas Artes Visuais: Somos Todes Artistas, resgatando o fazer em artes visuais como algo que extrapola uma especialização e é inerente aos seres humanos, como uma expressão do pensamento. Felinto também aborda a urgência de ações decoloniais que incorporem novas referências e práticas no campo da educação.

Agrupamento de Mulheres e Vida Democrática

O coletivo argentino Nosotras Proponemos, representado na ocasião pelas artistas Déborah Pruden, Gabriela Golder, Jimena Fuertes e Soledad Dahbar, fala sobre a articulação enquanto coletivo e Assembleia Permanente de Trabalhadoras de Arte. Nesse sentido, refletem sobre a dimensão pública e coletiva de uma arte que está envolvida nos exercícios de vida democrática na América Latina do nosso tempo.

Mulheres
e Violências

A artista argentina Fátima Pecci Carou apresenta uma reflexão sobre o eixo por meio de seu trabalho Algún día saldré de aquí – Femicídios (2014-2016), que integra a Bienal 12 e que apresenta retratos de mulheres, travestis e pessoas trans (crianças, jovens, adultas) que foram vítimas de feminicídios ou que estão desaparecidas.

Colonialismo e Decolonialidade

A artista brasileira Aline Motta compartilha suas pesquisas que originaram os trabalhos Escravos de Jó (2016) e (Outros) fundamentos (2017-2019). O eixo Colonialismo e Decolianidade é amplamente tratado pela artista, tanto na apresentação da contranarrativa criada por ela através de uma pesquisa mais profunda sobre uma cantiga infantil, quanto em sua investigação em arquivos públicos e privados de áreas rurais no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, Portugal e Serra Leoa, à procura de vestígios sobre seus ancestrais.

Visibilidade Trans na Arte e na História da Arte

A artista brasileira Élle de Bernardini traz uma discussão sobre a atual visibilidade de mulheres trans no campo das artes visuais no Brasil. A artista também apresenta sua pesquisa para o trabalho TransDialética (2020), que seria produzido pela primeira vez para a exposição física da Bienal 12, e comenta sobre as problemáticas que a levaram a produzir recentemente a série de pinturas Ensaio para o encontro do Rosa com o Azul (2020).

bottom of page