Você já parou para pensar que, quando está olhando para um penhasco, está olhando para um calendário geológico? Você está olhando para camadas de tempo geradas por movimentos bruscos cuja intensidade rompeu o que era a superfície naquele momento. As obras da Fundação Ecarta estão vinculadas a práticas e epistemologias que divergem do cânone ocidental. Por vários séculos, tentou-se silenciá-las, no entanto, nas últimas décadas, elas voltaram a aparecer na esfera pública e, desde então, geram terremotos em nossa imaginação sobre o que é possível e as formas de nos narrarmos. Dessa quebra, surge uma nova configuração das pedras que nos constituem, agora apontando para outros tempos, com escalas que ultrapassam a noção humanocêntrica.

As obras deste Estalo criam paisagens temporárias por meio de imagens, som, arquitetura, constelações astronômicas e práticas medicinais e de cuidados, além de estruturas simbólicas de relações sociais que moldam a identidade coletiva.