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Artista Nídia Aranha debate “Tecnologia Travesti” em encontro promovido pela 13ª Bienal do Mercosul

Até novembro, o seminário Zonas de Contato traz nomes nacionais e internacionais da arte contemporânea à capital gaúcha


O quinto encontro do seminário Zonas de Contato da 13ª Bienal do Mercosul tem como convidada a artista Nídia Aranha, natural do Rio de Janeiro. Com o tema “Corpo_soma | Tecnologia travesti – Da puberdade sintética à evolução da espécie”, a conversa será realizada no Salão de Eventos do Instituto Ling, no dia 22 de outubro (sábado), às 10h. Organizada pelo Projeto Educativo da Bienal, a atividade é gratuita – inscrições neste link.

Aranha parte da compreensão de que o corpo é uma produção histórica, cultural e política, sempre em mudança, sujeito às mais diversas transformações produzidas por diferentes tecnologias: jurídica, política, cultural, médica, entre outras. Por meio do uso de hormônios e de outras estratégias, o corpo pode ser ressignificado. “A experiência travesti nos mostra que até a matéria molecular é temporária e artificial, podendo ser moldada através de diferentes tecnologias. Tudo é uma questão de doses, de hábitos e miligramas”, afirma a artista.

Aranha estudou Design de Produto & Comunicação Visual na Universidade Federal do Rio de Janeiro e atua como diretora de arte e pesquisadora em Antropologia Visual. Sua prática artística passa pela construção de narrativas visuais subversivas, com elementos ficcionais e documentais, tangenciando relações de desobediência de gênero, pelo design crítico e por práticas de biohacking. Na Bienal, suas obras integram a mostra Transe, no Instituto Caldeira, criada a partir de uma chamada aberta realizada às cegas.

O seminário Zonas de Contato iniciou em julho e se estende até novembro, ao longo de seis encontros, reunindo nomes do cenário nacional e internacional, com distintas formações e experiências, para um diálogo ativo a partir do tema desta edição da mostra: Trauma, Sonho e Fuga. As primeiras falas do seminário podem ser assistidas no canal de YouTube da Bienal do Mercosul.

“Em vez do tradicional formato de palestra, com uma pessoa falando a uma plateia de espectadores, o seminário proporcionará momentos de trocas com a comunidade a partir de dinâmicas participativas. Teremos, assim, pontos de vista a serem debatidos e experimentados sensorialmente, tendo os três conceitos-chave que formam a linha narrativa desta Bienal como disparadores”, afirma a curadora e coordenadora do Projeto Educativo da 13ª edição da mostra, Germana Konrath.

Nesta edição, já participaram da iniciativa o educador Kaká Werá Jecupé, falando sobre “A dimensão onírica dos povos da floresta”; a artista Denise Camargo e o sociólogo Reginaldo Prandi, abordando o tema “O universo mitológico e imagético dos rituais afro-brasileiros”. Em agosto, os convidados foram a coreógrafa Iaci Lomonaco e o artista inglês Tino Sehgal – que participou por videoconferência. No encontro, a dupla abordou os métodos de interação que Sehgal desenvolve em suas obras. No último mês, o neurocientista Sidarta Ribeiro analisou as origens do estado mental do sonho e sua evolução, levando em consideração o contexto de crise social e ambiental enfrentado pelo planeta.

O último encontro do seminário, seguinte à fala de Nídia Aranha, acontece em 19 de novembro, penúltimo dia da 13ª Bienal, com o filósofo Antonio Pedro Goulart e a designer Karin Grunwald promovendo a oficina “Estados expandidos de consciência: trauma, tabu, fuga, reconexão e expressão artística”.

O apoio cultural do Instituto Ling à 13ª Bienal do Mercosul contempla ainda a série de encontros Conversas de Cozinha – Bastidores da Bienal, realizada desde de junho de 2022, reunindo integrantes das equipes do Projeto Educativo, da produção, da arquitetura, da engenharia e da montagem do evento para abordar o desenvolvimento de propostas artísticas, desde a concepção até a execução e inserção na 13ª Bienal.

A 13ª Bienal do Mercosul é viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura, patrocínio master do Santander e patrocínio para o Programa Educativo da Crown Embalagens. A mostra conta com apoio institucional do Centro Cultural UFRGS e apoio cultural do Instituto Ling. Realização Fundação Bienal do Mercosul, financiamento do sistema Pró-Cultura da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do RS. Realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.


Convidada da atividade

Nídia Aranha é artista visual, estudou Design de Produto & Comunicação Visual na Universidade Federal do Rio de Janeiro e atua como diretora de arte e pesquisadora em Antropologia Visual. Sua prática artística passa pela construção de narrativas visuais subversivas com elementos ficcionais e documentais, que tangenciam relações de desobediência de gênero; pelo design crítico e especulativo – assumindo os mais variados suportes: dispositivos laboratoriais, protéticos e instrumental cirúrgicos fazendo uso de técnicas de ourivesaria –; e por práticas de biohacking, tendo a performatividade e seus registros (pintura, fotografia, manipulação digital e videografia) enquanto afirmação dessas metodologias científicas experimentais.


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