Hino à bandeira é um extenso tecido na cor de rosa que será molhado diariamente na Bienal. Nela ecoam muitos sentidos possíveis. Por uma parte, a bandeira, que não tremula no mastro, mas se apresenta molhada, no chão. O emblema não se refere a nenhum país; poderia entender-se como uma pergunta sobre os sentidos estabelecidos das bandeiras. A cor rosa, que carrega os sentidos que a sociedade imprime a cor quando esta é associada ao feminino, inscreve a interrogação sobre as identidades masculinas que tradicionalmente se associam aos fundamentos da nação. O tecido branco, que Carmela descreve de forma analítica, se estende como uma proposta de reflexão crítica. Em todo caso, a tarefa fica por conta de quem observa. Carmela acrescenta signos ambíguos, cujo sentido crítico nunca resulta evidente nem fixo.